terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O que é o Budismo?

Por não me conseguir encaixar plenamente em qualquer religião mas por me sentir algo espiritual, resolvi procurar aquilo que penso que mais se assemelha à minha filosofia de vida e foi então que lendo e relendo, pesquisando aqui e ali me revi em muitos pontos naquilo a que se dá o nome de "Budismo".


Budismo é uma religião e/ou uma filosofia baseadas nos ensinamentos deixados por Sidarta Gautama, ou Shakyamuni (o sábio do clã dos Shakya), o Buda histórico, que viveu aproximadamente entre 563 e 483 a.C. no Nepal. De lá o budismo espalhou-se através da Índia, Ásia, Ásia Central, Tibete, Sri Lanka (antigo Ceilão), Sudeste Asiático como também para países do Leste Asiático, incluindo China, Myanmar, Coreia, Vietnam e Japão. Hoje o budismo encontra-se em quase todos os países do mundo, amplamente divulgado pelas diferentes escolas budistas, e conta com cerca de 376 milhões de seguidores.


Os ensinamentos básicos do budismo são:

-evitar o mal,

-fazer o bem e

-cultivar a própria mente.

O objetivo é o fim do ciclo de sofrimento, "samsara", despertando no praticante o entendimento da realidade última - o Nirvana.


O ponto de partida do budismo é a percepção de que o sentido de posse causa inevitavelmente a dor.

Deve-se portanto eliminar esse sentido para se eliminar a dor. Com a eliminação da dor, é possiel atingir a paz interior, que é o mais próximo da felicidade.

A moral budista é baseada nos princípios de preservação da vida e moderação. O treinamento mental foca na disciplina moral (sila), concentração meditativa (samadhi), e sabedoria (prajña).

Apesar do budismo não negar a existência de seres sobrenaturais (de facto, há muitas referências nas escrituras Budistas), ele não confere nenhum poder especial de criação, salvação ou julgamento a esses seres, não compartilhando da noção de Deus comum às religiões abraâmicas (judaísmo, cristianismo e islamismo).


Outro conceito importante, que de certa forma sintetiza a cosmovisão budista, é o das três marcas da existência:

-a insatisfação (Dukkha);

-a impermanência (Anicca);

-a ausência de um "eu" independente (Anatta).

AS ESCOLAS

O budismo dividiu-se em várias escolas, das quais algumas vieram a extinguir-se.

A principal divisão actualmente existente é entre a escola Theravada e as linhagens Mahayana e Vajrayana.

As escolas mais expressivas na atualidade são:

- Theravada, estabelecida no sudeste asiático; - Zen japonês e Chan chinês, escolas com ênfase na meditação .

Há muita polêmica e confusão no ocidente em torno do budismo, devido principalmente à falta de informação correta. Muitos movimentos esoteristas e sincréticos procuram apresentar-se como "verdadeiros budismos", "adaptações para o Ocidente" etc.

Frequentemente questiona-se quanto ao budismo ser ou não uma religião (por não aceitar a existência de um deus criador do mundo).

ESCRITURAS

Buda não deixou nada escrito!

De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano em que o Buda faleceu teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra onde discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembléia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos.

Porém, a historicidade deste concílio é alvo de debate: para alguns este relato não passa de uma forma de legitimação posterior da autenticidade das escrituras.

Por volta do século I a.C. os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos. Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constitui o denominado Cânone Pali.

O Cânone Pali é considerado pela tradição Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos de Buda. Não existe contudo no budismo um livro sagrado como a Bíblia ou o Alcorão que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano.

O cânone budista divide-se em três grupos de textos, denominado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito):

Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana, esta tradição alegou que Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto para recebê-las; desta forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram no Theravada.

SIMBOLOS DO BUDISMO

A flor de lótus é um dos símbolos mais amplamente usados no budismo. Representa a lei de causa e efeito, já que o lótus seria a única planta em que flor (efeito) e semente (causa) surgem ao mesmo tempo.

Temos, ainda, a roda do Dharma. Diz-se que foi no primeiro sermão de Buda, feito para os cinco primeiros seguidores, no Parque dos Cerdos, em Varanasi, Benares, que a Roda do Dharma foi girada pela primeira vez. Também é conhecida como Roda da Lei.

Por último, a cruz suástica. O símbolo foi incorporado, desde a Dinastia Liao, nos ideogramas chineses, com o sinal representativo ou (wan, em chinês; man, em japonês; van, em vietnamita), significando algo como "tudo" ou "eternidade", mas o desenho (suástica virada à direita) é raramente usado. A suástica marca as fachadas de muitos templos budistas. As suásticas (qualquer das duas variantes) costumam ser desenhadas no peito de muitas esculturas de Buda, e freqüentemente aparece ao pé da estatua de Buda.

Devido à associação da suástica voltada para a direita com o nazismo após a segunda metade do século XX, a suástica budista, fora da Índia, tem sido utilizada apenas na sua forma () virada para a esquerda. Esta forma da suástica é comum, também, nas caixas de comida chinesa, indicando que a comida é vegetariana, e pode ser comida por budistas de princípios mais rígidos.

Também é bordado com freqüência nos colarinhos das blusas das crianças chinesas, para os proteger de maus espíritos. A suástica, usada na arte e escultura budistas, é conhecida dentro da língua japonesa como "manji" (que, literalmente, pode ser traduzido como: caractere chinês para eternidade - 万字), e representa o Dharma, a harmonia universal, o equilíbrio dos opostos. O símbolo virado à esquerda representa amor e piedade; voltado para a direita é força e inteligência.